Não é possível falar na docência nos dias de hoje sem relacioná-la aos inúmeros desafios que a profissão enfrenta. Refiro-me tanto às demandas que precisamos conduzir diariamente quanto à constante luta para preservar a saúde mental. Neste cenário, acredito que seja necessário mais espaço de tempo para reflexões em caráter de evolução da práxis diária, do que apenas a existência de celebrações.

      O fato é que em uma sociedade cada vez mais competitiva e confrontada pela revolução tecnológica, inclusão social e constantes avaliações externas, a nossa função como professor(a) atravessa um período de crise e adoecimento psicológico. “A rotina diária contempla muito mais além do que a sala de aula”. Os profissionais acabam mergulhados em uma sobrecarga de pesquisas, preparação e registro de aulas, elaboração de projetos, vídeos para as redes sociais, entre outras demandas.

     Outro ponto a ser refletido e que tem tornado cada vez mais presente no contexto atual é o processo de inclusão, do qual ainda não temos o entendimento profundo e preparo adequado para atuação dentro da sala de aula. Apesar das adversidades pertinentes, seguimos dia após dia lidando com vários tipos de comportamentos, ausência de parte dos responsáveis e muito mais.

     Sabemos que os índices de aprendizado precisam aumentar, e por isso, experenciamos a cada ano um crescimento no grau de exigências para efetivá-los. Todavia, o nosso cansaço muitas vezes acaba passando batido, o que pode impactar diretamente no cenário de uma vida pessoal equilibrada. “É preciso cuidado para que a missão que tanto amamos não nos afaste de nós mesmos”.

      A rotina intensa e acelerada traz uma percepção de bloqueio do convívio com os próprios colegas de profissão dentro do ambiente de trabalho, não havendo assim um tempo específico para debates e reflexões em torno da busca por um ensino eficaz aliado com lado humano de cada um. “Acredito que há espaço para evolução na Educação, mas tudo se começa da base, do alicerce: o professor”. Este pilar demanda de uma atenção para atingir o ápice e o verdadeiro sentido da profissão, que é lecionar crianças e adolescentes que serão o futuro do país. Assim, o dia 15 de outubro terá um significado especial.

Assinado por –

Fabiana Passos
segunda-secretária SINTEC

---

*Professora da rede Municipal de ensino de Cupira/PE desde 2000, com formação em Pedagogia e especialização em Psicopedagia pela UPE (Universidade de Pernambuco) e graduação Letras/Inglês pela UNINASSAU.